INSULADA o Ato de se Transformar em Ilha
Nossos antepassados indígenas e africanos tinham o hábito de conviver pacificamente e respeitar profundamente a natureza e a força, intensidade e poder das coisas que não vemos e que popularmente são chamadas de visagem/assombração, na literatura de maravilhoso/fantástico e nas ciências daquilo que sabemos que existe, pois conseguimos provar sua existência, mas não vemos e que na Física se denomina como energia-matéria escura ou invisível.
O Curupira, as Iaras e Mães d’Água são seres encantados, vivem entre nós e estão muito próximos das águas, matas e animais. Estes seres ditos sobrenaturais são guardiões protetores manipuladores do espaço/tempo que repugnam atitudes que colaboram para a destruição da mata e assoreamento dos rios e por isso muitas das vezes se vingam deste plano em que nós humanos habitamos e que a todo momento queremos modificar de forma devastadora no intuito de sermos maiores do que o que nos criou.
Nós amazônidas acreditamos que em Belém há uma cobra grande enterrada, e que quando ela acordar a cidade vai ruir e será engolida pelas águas. Acreditamos que foi essa mesma cobra grande que abriu os rios, pois antes só existia terra e a cobra grande nasceu pequena e foi crescendo ao longo do tempo e saiu abrindo caminho na terra para a água passar, e por isso nossos rios são em formatos serpentoidais. Acreditamos que o Curupira é uma entidade travessa, moradora da mata, que não pode ver um novelo de cipó porque senão ele fica entretido tentando desfazê-lo. Acreditamos que o Muiraquitã é um talismã sagrado construído por índias Icamiabas, mulheres guerreiras, Amazonas sem marido que cultuam a grande mãe Lua e do barro esverdeado modelam muiraquitãs e outros amuletos.
Este projeto é o resultado de construções coletivas de fotoperformances, onde fotógrafo e performeres estão em uma relação afetuosa para além de um trabalho mecânico de fotografar modelos e as performances cênicas são experimentações corpóreas que acontecem em três centros ativos de resistência onde a natureza subsiste ao caos urbano, sendo que estes centros estão localizados em três ilhas na frente da região metropolitana de Belém: Ilha de Cotijuba, Ilha das Onças e Ilha do Combu.
Ser o meio ambiente e estar em ‘nossa casa original’ foram os anseios que nos motivaram a ir em busca da alquimia exata entre a captura da objetiva da câmera e instantes quânticos de energias moldáveis onde tudo acontece, tudo se transforma.
performances :
Pedro Olaia - Rosilene Cordeiro
fotografias :
Dudu Lobato
câmera :
Alesson Barros
edição de vídeos :
Pedro Olaia - Nando Lima
ambiente e iluminação :
Nando Lima
Produção :
Pedro Olaia e Estúdio Reator
Parceria do Estúdio Reator
CATÁLOGO VIRTUAL
editoração :
Nando Lima
fotografias :
Dudu Lobato
textos :
Pedro Olaia - Rosilene Cordeiro - Dudu Lobato
agradecimentos :
primeiramente A todos os moradores
das matas, nascentes, leitos, e beiras de rio .
Cassandra , Erica
Sergio Fotografo
Willami mototaxi e barqueiro de Cotijuba
Aline e Dadinho da Ilha das Onças
Marcia do Murucutú Ataide do barco "Dona Helena"
Alexandre Sequeira
realização :
PROJETO SELECIONADO NO PRÊMIO DE EXPERIMENTAÇÃO, PESQUISA E DIFUSÃO ARTÍSTICA DA FUNDAÇÃO CULTURAL DO ESTADO DO PARÁ - 2016